O NÚMERO DE SUICÍDIOS JÁ ULTRAPASSOU O DE AGENTES ASSASSINADOS
Não é a primeira vez que chamamos a atenção para o fato, os números comprovam, nos últimos doze meses o crescente número de agentes que tiraram sua própria vida chega a ser alarmante:
- 2014: 8 homicídios – 0 suicídios;
- 2015: 6 homicídios – 2 suicídios;
- 2016: 1 homicídio – 5 suicídios;
Os dados fazem parte do controle de mortes de agentes do sindicato, hoje o número de suicídios comparados aos de 2014 é cinco vezes maior.
Em maio deste ano o sindicato se reuniu com o secretário e cobrou medidas para frear essa trágica e crescente marca (https://sindpenal.org.br/portal/sindicato-negocia-pauta-2016-com-secretaria/), que já havia sido alertado sobre o mesmo tema dias antes por meio do documento (Ofício SINDESPE 18-2016 – Cuidados Psicológicos), o ofício foi protocolizado dia 28/04 e prevê a necessidade de que os agentes em cadeias superlotadas, com o efetivo de funcionários diminuto e a carga horária excessiva, tenham uma atenção dobrada do estado sobre sua saúde mental para que possamos frear esse crescente e alarmante número de suicídios.
Preocupados com o impressionante número de suicídios cometidos por integrantes das carreiras do sistema prisional do estado, onde nos últimos doze meses registraram mais casos de suicídios que até mesmo homicídios desses profissionais, achamos oportuna à criação de um projeto de apoio de análise psicológica de todo contingente desses servidores no estado.
Considerando ainda que, a carreira em específico de agentes de escolta e vigilância penitenciária, tem a avaliação psicológica como credencial para ingresso na mesma, bem como para o uso e emprego de arma de fogo, conforme as legislações vigentes. Verificado que tal análise só é feita no estágio do concurso público e não mais, quando até mesmo a renovação de porte de arma particular pelo SINARM tem a exigência de reavaliação psicológica, acreditamos que seja promissor o estudo para que possamos ter uma noção até mesmo de políticas para o melhoramento das condições da saúde mental do servidor do sistema.
A secretaria criou em cada coordenadoria o Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (CQVidass) em parceria com o Centro de Atenção Regional à Saúde do Servidor (Craspp), mas como percebemos a medida ainda não deu os resultados esperados. Os agentes precisam de um trabalho psiquiátrico de prevenção, essas famílias tem conhecido o CQVidas geralmente após a morte dos agentes, quando já não se pode fazer muito.
Segundo o presidente do SINDESPE Antonio Pereira Ramos: “Estamos lidando com vidas e vidas adoecidas por uma carreira insalubre, cada vez mais agravada pelas péssimas condições de trabalho gerado pelas hiperlotações das unidades prisionais e efetivo muito abaixo do estabelecido pelas normas de segurança. Além claro, de fatores como distanciamento familiar e desvalorização econômica da carreira há dois anos sem um justo reajuste”.
Precisamos urgente que a SAP em caráter de urgência envie psicólogos e técnicos para um trabalho intensivo de análise e recuperação desses profissionais.
Há menos de um mês um AEVP foi encaminhado pelo Departamento de Perícia Médica do Estado para o retorno as suas atividades profissionais, mesmo tendo sido afastado por longo período por afastamento psicológico. Detalhe importante é que sua perícia foi rejeitada não por análise clínica mas sim por falta de documentos, um gesto de frieza e desrespeito ao ser humano que resultou na sua morte assim que assumiu uma arma em seu primeiro plantão na unidade de Araraquara.
O SINDESPE recentemente oficiou a SAP e o Ministério Público para que tomem providências quanto aos fatos.
Hoje o agente Elson Rodrigues da Penitenciária de Pacaembu foi encontrado morto por enforcamento em um sítio na zona rural, engrossando mais as fileiras dessa trágica lista.
É TRISTE DIZER MAIS HOJE O ESTADO MATA MAIS QUE O PCC.